quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Homofobia e outros preconceitos

Escrevo a respeito de um artigo que li, ao acaso, na Internet. O Autor sustenta que o homossexualismo (que considera abominável e imoral) sempre foi objeto de repúdio, inclusive na Grécia antiga. O volume de informações é enorme... muita coisa falando do comportamento homossexual na antiguidade (entre as quais um artigo numa revista de história, que está nas bancas).

A pergunta, no entanto, racional é: faz sentido perseguir quem opta por este ou aquele caminho, desde que seja algo também aceito e praticado pelo parceiro? Uma amiga tem inquilinos gays, um casal de rapazes. Afora um sonzinho alto, não incomodam ninguém.

Conheço outro homossexual que presidiu uma organização e sua administração foi considerada um modelo a ser seguido. Já tive amigos heteros que eram o que há de pior em desonestidade, o que foi descoberto posteriormente. O que penso é que a vida do outro é problema do outro, e só passa a ser nosso problema se houver uma invasão em nossas existências, como que obrigando-nos a fazer o que não queremos, sem que haja uma lei que permita isso. Acho que o mesmo deve ser dedicado aou próximo. Se ele for judeu, problema ou virtude dele. Se for Iraquiano, negro, oriental, mulher, idem... se for gay, não tenho nada a ver com isso. Só não pode ser cruel, nem fazer o mal a quem quer que seja. Fazer o mal é roubar, trair (no sentido de contar um segredo a um inimigo), mentir, matar, ferir, entre outras obviedades. Se fulano quer se vestir de mulher, não tenho nada a ver com isso. Se quer se casar com outra pessoa do mesmo sexo, também não tenho nada a ver com isso.

Crianças abandonadas à própria sorte é que é uma imoralidade terrível. Velhos abandonados, morrendo nas ruas de frio, é que deveria suscitar nossa indignação. Minas espalhadas pelos solos de países em guerra, aleijando e matando pessoas, é que deveria ser o objeto de nossa preocupação. Agora, se o cara trabalha, é honesto, paga os impostos direitinho pode fazer o que quiser entre quatro paredes (menos explodir o prédio). Se respeita o limite da lei, e somente da lei (e essa lei há de ser constitucional e consentânea com os princípios dos direitos humanos).

Pouco importa o que aconteceu na Grécia ou algum mandamento louco contido num livro religioso, cujas determinações são permanentemente relativizadas e esquecidas... ou alguém que seja cristão se acha, ainda, obrigado a circuncidar-se ou a não comer carne de porco ou a atirar pedras em adúlteras? O homem evolui... livra-se de preconceitos, regras irracionais, posicionamentos sem qualquer base científica ou, pelos costumes atuais, morais. Amar ao próximo como a si mesmo, deveria ser a regra... e isso significa aceitar o próximo como ele é, no contexto em que estiver.

Essa é a maneira moderna (atual) de pensar. Outros posicionamentos são ou muito avançados ou baseados em inverdades históricas, fruto de ilações desprovidas de qualquer base real. Quero um mundo de paz para meus filhos. Não um mundo de ódio e incompreensão, que gera guerras, sofrimento e morte.